quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Quem é otário?

            Ao ler o texto do David Coimbra na tarde de hoje (clique aqui), parei para refletir mais uma vez o meu gremismo. Não pude guardar minha opinião e resolvi compartilhá-la com vocês. Creio que este texto não servirá somente aos gremistas, mas também a todos os torcedores deste belo esporte que é o futebol.
            Primeiramente, achei um pouco estranho chamar de otário quem paga seu salário, já que sem os torcedores, muitos dos teus textos, inclusive esse, iriam passar em branco e até mesmo seu dinheiro no fim do mês não iria ser tão certo. Como eu chamaria de otário quem lê este meu texto agora? E se o médico chamasse de otário seu paciente? Ou o atendente chamasse de otário seu cliente?
            O futebol é completamente sentimental, pelo menos para sua torcida. E eu como torcedora (e otária?) não vou vir aqui discutir o profissionalismo do futebol. Não quero saber quanto Ronaldinho ou Jonas foram profissionais, não quero julgar a atitude de todos os jogadores, muito menos a atitude da cada um dos milhares de torcedores do Grêmio. Quero apenas lhe falar sobre meu amor por este clube.
            Creio que esta falta de preocupação com os jogadores veio com o tempo. Jogadores passaram e passam pelo Grêmio a mais de cem anos, mas os verdadeiros ídolos que já passaram, são inesquecíveis. Acho que ser otário ou não é tudo questão de memória. Meus netos provavelmente esquecerão quem foi Jonas, mas lembrarão quem foi Renato Portaluppi porque sua avó irá repetir seu nome todas as vezes que falar da história do seu clube.
            Não vou dizer também que não existe torcedor otário, claro que existe! Aqueles que só ligam a televisão quando o Grêmio está na final, ou só veste a camisa quando o time está em boa fase e troca de ídolo como troca de roupa. Mas não vamos generalizar...Eu só quero falar sobre os verdadeiros gremistas.
            Tirem-me todos os títulos, quebrem todas as taças, rasguem todas as camisas, destruam o Olímpico, matem nossos ídolos, apaguem da história nossos dias de glória. Mas mesmo depois de tudo isso, eu continuarei a ser gremista, pelo simples fato de amar essa emoção que toma conta de mim, e que, sinceramente, será inútil eu tentar descrever.
            E não importa que eles estejam nem aí comigo, gremista de verdade está comigo. E isto já é suficiente. Agora, vou seguir sua dica, sair com meus amigos, amarei, brincarei até jogarei bola. Mas creio que nada disso iria me deixar tão feliz sem o Grêmio, até porque foi o Grêmio que me trouxe meus melhores amigos, minhas melhores conversas, meus melhores momentos, meus melhores ensinamentos.
            E se tudo isso é ser otária, eu quero ser otária o resto da vida. Pois prefiro ser feliz e idiota junto a torcida gremista, a ficar infeliz em um canto qualquer só pra não dar por vencido meu coração. 

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